Apresentação

Após me tornar católico, passei a conhecer, além dos que já conhecia, uma grande quantidade de católicos empenhados em preservar sua fé. Alguns deles me indicaram um mosteiro onde monges piedosos estão a construir uma igreja, e onde também se reza a Missa Tridentina. Lá conheci católicos incríveis. Também conheci o pe. Jahir. Para a preparação do meu batismo, ele me passou para ler o Catecismo Escolar e Popular do prof. P. Spirago, do qual li. Ao devolver, ele mandou eu reler (rsrs). Como normalmente reler um livro se torna monótono para mim (por mais interessante que seja, como é o caso desse catecismo), resolvi digitá-lo aos poucos. Não só para memorizar melhor os ensinos, mas para compartilhar com mais pessoas esse catecismo.

Como ele é bem antigo (a primeira edição é de 1902), as palavras do português não são as mesmas dos tempos atuais. Dessa forma, trocarei as palavras antigas por sinônimos atuais (em alguns casos aparenta mais algo como uma tradução!).

Espero que gostem, assim como eu, do ensino desse catecismo. Ele ensina o que a Igreja crê desde os séculos.

É claro que um catecismo não pode e nem vai substituir a Bíblia em ensino e valor. No entanto, ele serve como um professor, ou, no caso dos catequistas, um auxiliar. Isso ajuda a manter um ensino único, diferente das várias interpretações da Bíblia. Ora, a verdade é uma só, e não várias porções contraditórias.

Espero que além de ler o que digitar (que por conta de algumas tarefas cotidianas talvez tenha momentos em que demore de colocar uma nova parte), você também possa divulgar aos amigos, ou em sua página na internet.

Este layout é temporário. Pretendo modificá-lo enquanto digito e tenho mais idéias.

Em Cristo.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Projeto Anscar Vonier

Um dos principais motivos para não ter postado por um bom tempo no blog é que iniciamos um grupo cujo objetivo é traduzir e divulgar todo trabalho de Dom Anscar Vonier.

Atualmente ele é praticamente desconhecido aqui no Brasil, apesar do prestigio que já teve por conta de publicações antigas.

Infelizmente foram deixados de lado uma vasta quantidade de grandes autores católicos. Soma-se a isso  ao fato de que nem sempre se dá prioridade à tradução de textos que ainda não se encontram em nosso idioma. Esse é, inclusive, o motivo de termos decidido dar prioridade aos textos que  ainda não estão em português.

Ajude o projeto curtindo e divulgando nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/projetoanscarvonier

Quem foi Anscar Vonier?

Em poucas linhas pretendemos dar aqui os traços principais da vida desse grande monge beneditino, que foi Dom Anscar Vonier.

Filho de família profundamente católica, Dom Vonier nasceu em 11 de novembro de 1875 em Ringschnait na Suábia, sul da Alemanha. Seus pais foram Teodulfo e Ágata Vonier. Posto que o nome da sua família o faça parecer de descendência francesa, os seus antepassados, no entanto, eram oriundos daquela região em que ele nascera, onde desde séculos sempre residiram.

Educado na escola da piedade cristã, o jovem Martinho, era esse o seu nome de batismo, comprazia-se em ajudar à Missa, acompanhando-a no seu pequeno pissal. Em casa havia armado um pequeno altar em que imitava a celebração dos santos mistérios. Daí lhe veio o desejo de abraçar a vida monástica. A esse tempo (1888), tendo ele treze anos, passou pela sua cidade um sacerdote angariando vocações para o mosteiro de Buckfast, na Inglaterra, o qual acabava de ser restaurado pelos monges da Congregação Sublacense da província francesa.

O jovem Martinho foi um dos primeiros que corresponderam a esse chamamento do Senhor. Mandado à França, fez os estudos de humanidades no colégio dos padres do Espírito Santo da cidade de Beauvais. Desses estudos e anos passados na pátria de São Luiz lhe veio um grande amor à cultura francesa.

Terminado o curso de humanidades, foi mandado para Buckfast. Ao ser admitido ao noviciado canônico, recebeu o nome de Anscar. Em 2 de julho de 1894, fez os votos de religião e em 17 de dezembro de 1898 foi ordenado sacerdote. No ano seguinte foi mandado para o colégio de S. Anselmo em Roma onde, após um brilhante curso de filosofia que sendo de três, ele completou em dois anos, defendeu a tese e recebeu as láureas de doutor.

Em 1906 ocupava Dom Vonier a cátedra de filosofia no colégio de S. Anselmo onde se havia doutorado. Nas férias desse ano o seu abade, Dom Bonifácio Natter, o tomou como companheiro numa viagem à Argentina com o encargo de fazer a visita canônica a um dos mosteiros de sua Congregação naquele país. Tendo embarcado no vapor Sírio, este sossobrou nas costas da Espanha, em 4 de agosto, perecendo entre muitos outros passageiros o abade Dom Bonifácio Natter. Dom Vonier foi salvo por um pescador. Os monges de Buckfast já tinham por mortos a ambos, tanto o abade como o seu companheiro, por cujas almas celebraram solenes exéquias. Dias depois receberam carta de Dom Vonier comunicando ter sido salvo. No dia 14 de setembro do mesmo ano, Dom Vonier foi eleito pela comunidade abade do mosteiro, e em 18 do mês seguinte, festa de S. Lucas, recebeu a benção abacial.

O novo abade desde logo manifestou o desejo de restaurar a igreja abacial, destruída no século XVI, no tempo da Reforma. Nesta obra, empreendida alguns anos mais tarde, trabalharam os próprios monges como construtores. Em 1932 Dom Vonier teve a grande satisfação de ver realizado esse desiderato, que fazia parte do seu programa de governo da abadia. Nesse mesmo ano, 15 de agosto, foi a igreja consagrada pelo Cardeal Bourne, delegado do Papa, com assistência de vários bispos e de milhares de fiéis.

Desde o começo da sua vida monástica mostrou Dom Vonier uma predileção toda especial pelo estudo da Sagrada Escritura. Durante muitos anos dedicou diariamente uma hora inteira à leitura e estudo da Bíblia. Daí lhe veio uma grande familiaridade com as Sagradas Escrituras e sobretudo com as Epístolas de São Paulo que praticamente sabia de cór.

Possuia o dom da palavra: pregava ordinariamente aos domingos na igreja abacial e muitas vezes em outras igrejas. Era com frequência convidado pelas comunidades religiosas para lhes dirigir a palavra de vida, em exercícios espirituais. Grande foi também a sua atividade literária. Escreveu várias obras de espiritualidade, profundas em doutrina e de um sabor e atrativo pouco comum nesse gênero de literatura. Escrevia também artigos para as principais revistas católicas de Londres.

Dom Vonier, no dizer de um dos seus religiosos, foi construtor, pregador, escritor, mas foi antes de tudo e acima de tudo um monge, isto é, um homem de Deus e da Igreja. Como fruto dos seus trabalho e do seu espírito apostólico e de vida interior, a vida de oração e de união com Deus, temos as suas obras. Quem quiser conhecer Dom Vonier, leia os seus livros. Eles nos dizem melhor que qualquer biógrafo quem foi esse grande beneditino: o teólogo profundo, o monge apaixonado pelo ideal monástico, o homem de Deus, inflamado do amor de Cristo e da sua Igreja.

Das suas obras, 4 já foram traduzidas para o português*. Além de “Nova e Eterna Aliança” (The New and Eternal Convenant), temos a “Vitória de Cristo” (Victory of Christ), o “Espírito Cristão” (The Christian Mind) e o “Mistério da Igreja”, editadas pela “Lumen Christi”.

Nas obras de Dom Vonier goza-se e admira-se com a profundidade da sua doutrina e originalidade de expressão. Todas foram editadas em inglês, com exceção do “Mistério da Igreja” por se compor de três conferências, feitas em alemão pelo autor, em Salzburgo, e publicadas em forma de livro em Munique, em 1933, com o título de “Das Mysterium der Kirche”. Não se acha pois no elenco das obras do abade de Buckfast.

Suas obras são:

(As obras iniciadas com um "+" já estão em português em edições muito antigas. Faremos, entretanto, novas traduções.)

• A alma humana e suas relações com outros espíritos, 1913. (Tradução em andamento)
• A personalidade de Cristo, 1914. (Tradução em andamento)
• A Maternidade Divina, 1921. (Tradução completa)
• Chave para a doutrina da Eucaristia, 1925. (Tradução quase completa)
• A vida do mundo vindouro, 1926.
• Arte de Cristo, 1927.
+ Os Anjos, 1928.
+ A nova e eterna aliança, 1930.
• Morte e Julgamento, 1930. (Tradução Completa)
• Cristo, o rei da Glória, 1932.
• Christianus, 1933. (Tradução completa)
+ A vitória de Cristo, 1934.
• O Espírito e a Noiva, 1935.
+ O Povo de Deus, 1937.
+ O Espírito Cristão.

Cheio de merecimentos, Dom Anscar Vonier foi chamado por Deus em 26 de dezembro de 1938 para receber no céu a recompensa do seu trabalho. Ele, no entanto, continua a nos intruir e a nos reconfortar om os seus escritos.

D. Joaquim G. de Luna, O.S.B.
Tijuca, Pentecostes de 1942.

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Fonte: Introdução no livro “A nova e eterna aliança”, edições Lumen Christi.


* Número de traduções na época. As nossas traduções darão prioridade aos textos que ainda não estão em português.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sobre o andamento da digitalização

Concluí, até o presente momento, a parte dogmática. A partir de agora passarei a digitar a "Moral" e a "Graça", e assim o catecísmo estará concluído.

Ficarei grato em ser alertado caso alguém encontre algum erro de digitação, pois não estou com tempo suficiente para corrigir e só farei isso assim que terminar tudo.

Meu e-mail é o seguinte: jonadabe.rios@hotmail.com

Abraços!

A Esperança

Em que consiste a esperança cristã?

A esperança cristã consiste em aguardarmos confiadamente os bens que Cristo nos prometeu em paga da observância da divina vontade.

Deus prometeu ao piedoso Simeão que ele veria o Menino Jesus. Simeão esperou (anelou), sem cessar e a cada momento, a realização da promessa. A esperança é como um telescópio: aproxima coisas distantes. A esperança nasce da fé, como o tronco da raiz. Só esperamos os bens prometidos, porque estamos convictos de que Deus todo-poderoso cumpre a sua palavra. Esta convicção chama-se confiança.

Que bens Deus nos prometeu?

Deus nos prometeu a bem-aventurança eterna e tudo o que é necessário ao corpo e à alma.

Mencionam-se no Pai Nosso os bens prometidos, a saber: 1) A eterna bem-aventurança (2º petição); 2) a graça de Deus para a observância de Sua Santíssima Vontade (3º petição); 3) os bens temporais para a conservação da vida (4º petição); 5) o auxílio nas tentações (6º petição); 6) socorro nas necessidades (7º petição) e 7) o deferimento de nossas suplicas. (Amem)

Em que casos devemos confiar mais em Deus?

Devemos confiar em Deus particularmente nos seguintes casos:

1) Nas necessidades.

Cristo, no sermão da montanha, demonstra como Deus sustenta as aves, veste os lírios e a grama dos campos e continua dizendo: “Não estejais, pois, aflitos a dizer: Que comeremos, que beberemos ou com que haveremos de vestir? ... Pois o vosso Pai sabe de tudo que precisam”. Deus tem, às vezes, a particularidade de demorar. Parece dormir, como cristo na tempestade, ou procede como fez nas bodas de Caná, dizendo: “Minha hora ainda não é chegada”. Quanto mais aguda a necessidade, tanto mais próximo está o auxílio de Deus.

2) Na oração.

Cristo nos prometeu o deferimento de nossas preces, dizendo: “Tudo quanto pedires ao Pai em meu nome, ele vos dará”. “Farei tudo o que me pedirdes em meu nome”. Entretanto, quem confia em Deu, não espere logo os milagres, mas procure conseguir os seus intentos mediante suas forças naturais, porque Deus ajuda a quem faz sua parte no possível.

Que alcança quem confia em Deus?

Quem confia em Deus alcança:

1) Proteção nos perigos.

Diz a S. Escritura: “Deus salva os que nele confiam”. Veja, por exemplo, a história dos três jovens na fornalha ardente. Quem confia em Deus, está alicerçado em solo firme.

2) Coragem e energia nos empreendimentos e sofrimentos.

É o que se vê na luta de Davi com Golias, e nas vidas de Jó e Tobias. A esperança é como uma alavanca, com a qual se erguem facilmente os maiores pesos. É também como uma âncora, que assegura o navio contra o naufrágio na tempestade. Assim, a esperança na recompensa eterna que fortaleceu os santos apóstolos e que dá ânimo aos missionários.  A própria esperança de bens terrenos já fortalece, como se pode observar nos agricultores e nos operários.

3) Consolo na porte.

Os santos mártires morriam com alegria. S. Lourenço chegou a ponto de gracejar, ao ser assado sobre uma grelha.

OPOSTO DE ESPERANÇA

Quem é que não possui a esperança cristã?

Não possui a esperança cristã:

1) Quem confia só em suas próprias forças ou nas criaturas.

Tal esperança não é cristã, mas meramente terrena. Essa foi a esperança de Golias. As pessoas que assim procederam serão confundidas como foram os sacerdotes de Baal no monte Carmelo, quando se fiavam absolutamente em Baal. Sua casa não repousa em rochedo mas em areia.

2) Quem entra em desespero, i. e., quem julga que Deus não lhe perdoa os pecados ou não o auxilia nas desgraças.

Assim procederam Judas depois da traição e o rei Saul na batalha, quando duramente acossados pelos inimigos. Os dois casos ressaltam como o desespero conduz ao suicídio. O desespero é uma grande ofensa a Deus, pois quem desespera descrê ou na infinita misericórdia ou na onipotência de Deus.

3) Quem temerariamente presume da misericórdia divina, i. e., quem continua a pecar julgando que Deus, na sua infinita misericórdia, não pode condenar a ninguém.

Tal homem espera de Deus mais do que Ele prometeu, pois deu prometeu a bem-aventurança e os meios de consegui-la somente a quem cumpre a sua vontade. É insensato julgar a Deus como misericordioso, esquecendo de sua justiça.

4) Quem tenta a Deus, i. e., quem temerariamente se expõe a perigos, na confiança que Deus o protegerá.

Assim como o demônio provocou Jesus a atirar-se templo abaixo, da mesma forma provoca ainda hoje. Aos que levianamente se expõem a perigos, as palavras da S. Escritura diz: “Quem ama o perigo, nele perecerá”.

Os novíssimos (8)

          O juízo final

Que haverá logo após a ressurreição dos mortos?


Logo após a ressurreição dos mortos haverá o juízo final.

1) O segundo advento de Cristo foi anunciado por dois anjos na Ascensão. O próprio Cristo o anunciou na hora do seu julgamento pelo Sumo Sacerdote.

2) Chama-se também juízo universal, porque o mundo inteiro, inclusive os anjos, serão julgados, e porque o julgamento será de todos conjuntamente, e não de cada qual em particular como no primeiro juízo. Chama-se ainda juízo final, porque será feito no último dia do mundo.

3) Tem este juízo universal a finalidade de tornar conhecidas do mundo inteiro a sabedoria e a justiça de Deus.

Como será feito o juízo final?

O juízo final será feito da seguinte maneira:

1) Cristo voltará ao mundo com grande poder e majestade.

Como juiz não virá em tanta humilhação como veio na primeira vez a Belém. O acompanharão os anjos e os povos se acercarão do seu trono. Por que entregou Deus o juízo a seu filho? a) porque o Filho se tornou homem e passou por todas as condições humanas, exceto o pecado. Na pessoa do Filho, a humanidade ressurreta possui um juiz visível. b) Porque ele é nosso Salvador e, como tal, misericordioso. Aquilo que se comprou a muito custo não se deita fora tão depressa. c) Para que lhe seja restituída a glória que Pilatos e os seus inimigos lhe roubaram.

2) Cristo porá tudo a descoberto.

O dia do juízo será como uma exposição universal: ficará tudo à mostra. Cristo diz: “Não há nada oculto que não apareça, não há segredo que não se saiba e não venha à luz do dia”. Nossa vida presente é como uma noite, em que nada se enxerga; só no dia do juízo se verá tudo, como o raiar do Sol.

3) Cristo nos exigirá as obras de misericórdia.

Jesus já declarou que, no dia do juízo universal, porá os bons à sua direita e os maus à sua esquerda. Aos da direita dirá: “Tive fome, e me destes de comer”, etc.

Perguntaram a Sta. Isabel porque ela era tão beneficente. Ela respondeu: “Preparo-me para o juízo final”.

4) Cristo separará para sempre os bons dos maus.

Jesus fará como um pastor que separa as ovelhas dos cabritos. A cena do Gólgota com os dois ladrões é uma figura do juízo final. N. Senhor ilustra a eterna separação com a parábola do joio no trigal; o joio será reunido em molhos e queimado, o trigo, porém, será armazenado.

Os novíssimos (7)

          A ressurreição dos mortos

Que significam as palavras: “ressurreição dos mortos”?


As palavras: “ressurreição dos mortos” significam que Cristo virá no dia do juízo ressuscitar os mortos e reuni-los às respectivas almas para sempre.

Cristo nos ressuscitará como ressuscitou Lázaro e Jó. Os irmãos Macabeus consolavam-se no sofrimento com a lembrança da ressurreição.

Por onde sabemos que Cristo ressuscitará os corpos dos finados?

Pelas próprias palavras de Cristo e pelos seus milagres sabemos que ele ressuscitará os corpos dos finados.

1) Cristo Diz: “Virá a hora em que todos os que jazem nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus. E aparecerão os que praticaram o bem para a ressurreição do juízo”. Pensando na ressurreição, Cristo chama a morte de sono. Assim fez ele antes de ressuscitar Lázaro e igualmente antes de ressuscitar a filha de Jairo.

2) Além disto, Cristo quis provar, com sua ressurreição e com as ressurreições dos mortos, que tem poder de fazer reviver os finados. Ele dizia: “Se não quiserdes crer em minhas palavras, crede nas obras”.

3) Muitos fenômenos da natureza lembram-nos a nossa futura ressurreição: o nosso despertar de cada dia; o rejuvenescer da primavera; o ovo no qual, a princípio, não se vê vida nenhuma e do qual nasce, depois, a ave; a metamorfose de uma lagarta em ninfa, em casulo e, por último, em borboleta.

Que sabemos das qualidades dos corpos ressurgidos?

Das qualidades dos corpos ressurgidos sabemos o seguinte: 1) teremos os mesmos corpos, porém eles serão perfeitos e imortais; 2) Os corpos dos justos serão transfigurados, os dos pecadores, porém, horrorosamente feios.

1) Seria improcedente um corpo estranho ser premiado ou castigado. Jó estava convencido que receberia de volta o mesmo corpo: “Ressurgirei”, diz ele, “no último dia, e serei novamente envolvido em minha pele, e na minha carne verei a meu Deus”. Um dos irmãos Macabeus declarou que haveria de readquirir os membros decepados. Santa Perpétua disse aos pagãos na prisão de Cartago: “Olhai-nos bem, para nos reconhecerem no dia do juízo”.

2) Os corpos ressurgidos serão perfeito, i.e., não serão visíveis neles os sinais da velhice nem das doenças. Terão, da mesma forma, os membros que perderam. Suas chagas, porém, serão rútilas (como as do Salvador) e lhes servirão de glória. Os Santos, nas suas aparições, sempre apareceram moços.

3) Reza-se no Credo: “na ressurreição da carne e vida eterna”. Segue-se daí que os corpos ressuscitados serão imortais. Repara-se que Deus já conserva agora corpos incorruptos de muitos santos (v. nº 20).

4) Os corpos dos justos serão como o de Jesus Cristo: fulgurantes, velozes, impassíveis, e poderão penetrar corpos opacos.

Quando é que mais nos consola a fé na ressurreição dos mortos?

A fé na ressurreição dos mortos nos consola mais na nossa própria morte e na de nossos parentes.

São insensatas as pessoas que, junto a algum túmulo, se excedem em lamentos. Pois haverá um reencontro. S. Paulo admoesta-nos por isso: “Não vos entristeçais como os pagãos que não têm esperança”.

Os novíssimos (6)

          O fim do mundo

O que sabemos do fim do mundo?


Do findo mundo sabemos:

1) que nossa terra será arrasada por fogo.

Jesus Cristo diz: “Os Céus e a Terra passarão, mas não passarão minhas palavras” São Pedro, por sua vez, declara: “Os Céus (i. e, o firmamento) desaparecerão com grande estrondo... e a terra, com todas suas obras, será arrasada pelas chamas”.

2) Que a terra não será, entretanto, destruída, mas transformada em uma terra melhor.

É o que afirma São Pedro, dizendo: “Esperamos, porém, segundo sua palavra, novos céus e uma nova terra, onde habita a justiça”.

3) Que é desconhecido “quando” será o fim do mundo, embora nos sejam revelados certos sinais que precedem o fim.

Assevera Jesus: “Aquele dia, entretanto, não saberá ninguém, nem mesmo os anjos do Céu, mas unicamente o Pai”.

4) Que os prenúncios do fim serão:

a) O Evangelho será pregado em todo o mundo; b) Enoc e Elias voltarão à Terra para pregar penitência; b) os judeus se tornarão cristãos; d) a grande maioria dos homens terá perdido a fé e mergulhará em meros interesses mundanos; e) surgirá o Anticristo;  f) sinais aterradores aparecerão no firmamento; g) entre os homens haverá grande miséria.

Estão, pois, em erro os chamados ADVENTISTAS que defendem a iminência do fim do mundo e o próximo advento de Cristo, pois que não apareceram ainda os sinais que prenunciam o fim do mundo.

Os novíssimos (5)

          O Purgatório

Que é o purgatório?


O purgatório é um lugar onde devem sofrer temporáriamente as almas dos homens que faleceram sem pecado mortal, sem terem, entretanto, prestado a devida satisfação pelos seus pecados.

Os judeus acreditavam no purgatório, pois o general Judas Macabeu mandou oferecer sacrifícios pelos guerreiros tombados. Deus procede com muitos homens depois da morte da maneira da mesma forma que um o agricultor procede com o trigo ceifado: este é primeiro ressecado aoo Sol para depois ir ao celeiro.

Que sofrimentos há no purgatório?

No purgatório há os seguintes sofrimentos: as almas não vêem a Deus, além disso têm que padecer dores.

1) As almas do purgatório amam a Deus sobre todas as coisas e suspiram, de forma inefável, pela sua visão. Por isso, a separação de Deus causava-lhes uma dor imensa, indescritível. Daí o dizer que as penas do purgatório são terríveis, maiores que todos os sofrimentos da terra reunidos.

2) Além disso, há no purgatório castigos sensíveis, semelhantes Pas que o fogo provoca neste mundo. Por isso procure o homem satisfazer nessa vida pelos seus pecados, para não ter que satisfazer tudo na outra.

Por onde sabemos da existência do purgatório?


Sabemos da existência do purgatório pelas seguintes palavras da S. Escritura: “É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados”.

1) Também Jesus Cristo, falando dos pecados contra o Espírito Santo, deu a entender que certos pecados se perdoam na outra vida, e fala, também, de um cárcere, donde não se poderá sair antes de ter pago o último ceníl.

2) Muitos usos da igreja lembram-nos o purgatório: assim, por exemplo, o dobre do sino quando morre alguém, o dia de finados, as missas dos defuntos, as orações e a intercessão pelos defuntos.

De que modo podemos socorrer as almas do purgatório?

Podemos socorrer as almas do purgatório com santas missas e com boas obras.

1) O auxílio mais garantido é a santa Missa, porque o seu valor é independente da dignidade do celebrante. Do contrário, o valor das boas obras depende do estado de graça de quem as pratica.

2) Pode-se também sufragar as almas do purgatório com orações, jejuns, esmolas, com a recepção dos santos sacramentos e com indulgências.

3) O mero luto social não auxilia em nada os defuntos.

4) Os parentes são os primeiros obrigados a socorrer os seus finados.

5) Quem contribuir para remir uma alma do purgatório, pode confiar que um dia terá redenção breve no purgatório, pois Deus paga igual com igual.