Apresentação

Após me tornar católico, passei a conhecer, além dos que já conhecia, uma grande quantidade de católicos empenhados em preservar sua fé. Alguns deles me indicaram um mosteiro onde monges piedosos estão a construir uma igreja, e onde também se reza a Missa Tridentina. Lá conheci católicos incríveis. Também conheci o pe. Jahir. Para a preparação do meu batismo, ele me passou para ler o Catecismo Escolar e Popular do prof. P. Spirago, do qual li. Ao devolver, ele mandou eu reler (rsrs). Como normalmente reler um livro se torna monótono para mim (por mais interessante que seja, como é o caso desse catecismo), resolvi digitá-lo aos poucos. Não só para memorizar melhor os ensinos, mas para compartilhar com mais pessoas esse catecismo.

Como ele é bem antigo (a primeira edição é de 1902), as palavras do português não são as mesmas dos tempos atuais. Dessa forma, trocarei as palavras antigas por sinônimos atuais (em alguns casos aparenta mais algo como uma tradução!).

Espero que gostem, assim como eu, do ensino desse catecismo. Ele ensina o que a Igreja crê desde os séculos.

É claro que um catecismo não pode e nem vai substituir a Bíblia em ensino e valor. No entanto, ele serve como um professor, ou, no caso dos catequistas, um auxiliar. Isso ajuda a manter um ensino único, diferente das várias interpretações da Bíblia. Ora, a verdade é uma só, e não várias porções contraditórias.

Espero que além de ler o que digitar (que por conta de algumas tarefas cotidianas talvez tenha momentos em que demore de colocar uma nova parte), você também possa divulgar aos amigos, ou em sua página na internet.

Este layout é temporário. Pretendo modificá-lo enquanto digito e tenho mais idéias.

Em Cristo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Deus e suas criaturas (11)

O Pecado Original.


Por que Deus deu um preceito aos primeiros homens?

Deus deu um preceito aos primeiros homens, para que eles, obedecendo, merecessem como recompensa a eterna bem aventurança.

A ordem divina foi a de não comerem do fruto da árvore que estava situada no centro do paraíso.

Como sucedeu os primeiros homens transgredirem o primeiro preceito?

Sucedeu os primeiros homens transgredirem o preceito divino por atenderem as insinuações do demônio.

O demônio ardia de inveja dos primeiros homens. Revestiu-se da forma de uma serpente e serviu-se de uma mentira, da qual iludiu Eva. – Pensam os Santos que o pecado se cometeu na tarde do sexto dia da criação (por conseguinte, sexta-feira a tarde); por admirável coincidência se operou a redenção também numa sexta feira a tarde.

Que más conseqüências teve a transgressão desse preceito?

A transgressão desse preceito teve as seguintes más conseqüências: os homens perderam os dons sobrenaturais e sofreram, além disto, prejuízos no corpo e na alma.

Aconteceu aos homens o mesmo que ao judeu da parábola do bom samaritano, que caiu nas mãos dos ladrões: perdeu suas posses, e além disso, foi surrado até sangrar. Os homens perderam os dons sobrenaturais e naturais (da inteligência e da vontade), ficaram deteriorados. Deus impôs essa grave penalidade, porque o preceito era fácil de cumprir, e porque os homens possuíam uma elevada compreensão. Note que o Filho de Deus morreu para expiar este pecado.

Que danos espirituais sofreram os primeiros homens com este pecado?

Os primeiros homens sofreram com este pecado os seguintes danos espirituais: 1) a inteligência foi ofuscada; 2) a vontade enfraquecida e inclinada para o mal; 3) perderam a graça santificante; tornaram-se, portanto, desagradáveis a Deus e sem direito ao céu.

Que danos corporais sofreram os primeiros homens com este pecado?

Os primeiros homens sofreram os seguintes danos corporais: 1) tiveram que morrer e ficaram sujeitos às doenças; 2) foram expulsos do paraíso e obrigados ao trabalho pesado; 3) as energias da natureza e as criaturas inferiores adquiriram nocividade ao homem.

A maldição de Deus foi esta: “Tu és pó, e ao pó voltarás”. “Ao suor de teu rosto comerás teu pão”.

Por que se chama pecado original o pecado dos primeiros homens?

O pecado dos primeiros homens chama-se “pecado original” porque todos os homens herdam juntamente com as más conseqüências dele.

Parece-nos incompreensível termos que sofrer o castigo de um pecado que não temos culpa. A seguinte parábola irá esclarecer o porquê. Um barão recebe do imperador umas terras, com a condição de ficar fiel na guerra. O barão prevarica. Em represália, o imperador toma-lhe as terras e o título, e desterra-o. Podem os filhos do barão herdar as prerrogativas do pai? Não. Alguma coisa, porém, herdam, a saber: a ignomínia e a pobreza. Caso semelhante acontece com o pecado original.

Quem ficou isento do pecado original?

Só Jesus Cristo e a santíssima Virgem ficaram isentos do pecado original.

É por isto que a Santa Igreja celebra o dia do nascimento deles, ao passo que os demais Santos (exceto S. João Batista) só se celebra o dia da morte. O corpo de Jesus Cristo e de Maria santíssima já ressurgiram dos mortos, fatos esses que comemoramos nas festas da Páscoa e da Assunção de Nossa Senhora. Cristo não podia ter o pecado original por ser Deus. Maria santíssima foi isenta dele por especial privilégio outorgado por Deus, fato que se celebra no dia 8 de Dezembro, festa da Imaculada Conceição. Nós nos livramos do pecado original pelo santo batismo.

Quem foi que nos remiu das más conseqüências do pecado original?

Foi Jesus Cristo que nos remiu das más consequências do pecado original.

Por isso Jesus Cristo se chama Redentor ou Salvador e é comparado ao bom samaritano. Ele curou nossas chagas da seguinte maneira: 1) iluminou nossa inteligência com sua doutrina (evangelho), sendo, por isso, a “Luz do Mundo”. 2) Fortaleceu nossa vontade com seu exemplo, com seus mandamentos e promessas; ele é o “Bom Pastor”, visto que nos aponta o caminho. 3) Com sua morte na cruz conquistou para nós os meios de recuperarmos a amizade divina perdida, que são os santos sacramentos. Ele é o “Sumo Sacerdote” que nos reconcilia com Deus. 4) Morreu por nós e nos deu merecimento, com isto, a ressurreição dos mortos. Ele é, portanto, a “ressurreição e a vida”. Visto como sua morte nos reabriu o acesso ao paraíso, o véu do templo que encobria o Santo dos Santos rasgou-se na hora de sua morte.

Deus e suas criaturas (10)

Os dons sobrenaturais.


Que prerrogativas espirituais possuíam os primeiros homens?

Os primeiros homens possuíam as seguintes prerrogativas espirituais: uma inteligência muito esclarecida, uma vontade incólume e a graça santificante.

Possuindo a graça santificante, eram agradáveis a Deus, seus filhos e herdeiros do céu. Por esta razão, aproximavam-se muito mais dos anjos no que diz respeito à perfeição. Os pagãos designavam o estado dos primeiros homens pelo nome de Idade de Ouro.

Que prerrogativas corporais possuíam os primeiros homens?

Os primeiros homens possuíam as seguintes prerrogativas corporais: isenção de morte e doenças, morada no paraíso e domínio sobre as criaturas inferiores.

O trabalho não lhe era penoso, mas agradável. Nada deste mundo podia prejudicar a vida corporal, nem água, nem fogo, nem animais.

Por que se chamam “dons sobrenaturais” essas prerrogativas dos primeiros homens?

Estas prerrogativas dos primeiros homens chamam-se “dons sobrenaturais” porque constituem um acréscimo à natureza humana.

Um soberano aceita em sua casa um órfão e dá-lhe não só alimento, roupa e morada, mas leva a sua generosidade ao ponto de adotá-lo como filho e dá-lhe o direito de sucessão ao trono. Com isto, eleva o menino muito acima da sua posição. Do mesmo modo, Deus agraciou os nossos primeiros pais com dons especiais que erguem o homem acima de sua natureza a uma posição muito elevada.

Deus e suas criaturas (9)

A alma humana.


Quais são as relações recíprocas entre corpo e alma humana?

O corpo e a alma humana tem as seguintes relações recíprocas: a alma vivifica e dirige o corpo; o corpo, por sua vez, serve de morada e instrumento à alma.

1) Assim como o vapor atua na maquina, do mesmo modo a alma atua no corpo. Sem a alma o corpo é um cadáver. 2) A alma dirige o corpo como o piloto dirige o navio. Infelizmente, porém, dá-se o caso de, às vezes, deixar-se a alma governar pelo corpo. 3) O corpo é a casa, a alma a inquilina. 4) O corpo é instrumento da alma, como o pincel é do pintor.

Por que a alma é imagem de Deus?

A alma humana é imagem de Deus, porque é espírito semelhante a Deus.

Assim como o globo é a imagem da terra, a alma humana é imagem de Deus. Isto é deduzido das palavras divinas: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança!”. Portanto, nossa alma tem semelhanças particulares com Deus. São as seguintes: a alma possui inteligência, livre arbítrio e domina, consequentemente, o mundo visível. Esta semelhança se chama imagem natural de Deus. Além disso, pode a alma, por uma santa vida e pela graça, se tornar a imagem sobrenatural de Deus, quando se assemelha a Deus de modo mais perfeito. A imagem natural está para a imagem sobrenatural de Deus mais ou menos como um esboço traçado a lápis para a imagem a óleo.

Por onde sabemos que a alma é imperecível?

Sabemos que a alma é imperecível pelas palavras de Jesus Cristo: “Não temam os que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma”.

A alma é imperecível, pois não pode deixar de existir. Contudo, pode morrer, isto é, pode, por um pecado mortal, perder a vida. Neste caso, acontece-lhe como a um ramo; separado do tronco morre (seca), mas continua existindo. O corpo é efêmero; a alma, porém, imortal.

A verdade da imortalidade da alma segue-se 1) das palavras de Cristo: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”, e da parábola do rico avarento. 2) As aparições de mortos, Moisés no monte Tabor e dos defuntos de Jerusalém no dia da morte de N. Senhor, por exemplo, manifestam a duração da alma além da morte. 3) Nossa razão nos afirma que  há uma existência depois da morte.  Haveria de ficar sem recompensa um justo que a vida inteira foi maltratado? E o malfeitor que, em vida, escapou sempre ao castigo, por exemplo, fugindo para outras terras, haveria de ficar sem a punição merecida? Impossível! 4) Por fim, todos os povos crêem na imortalidade da alma: os judeus (Jacó queria ir ter com seu filho José no reino dos mortos); os germanos (que acreditavam no Walhalla, paradeiro dos soldados mortos); os egípcios (que acreditavam na mentepsicose, transmigração das almas pelos corpos de animais); os indígenas brasileiros (que depositavam alimentos nos sambaquis dos guerreiros mortos). Todos os povos ofereciam sacrifícios pelos seus finados.

Deus e suas criaturas (7)

Os anjos.


O que são os anjos?

Os anjos são espíritos puríssimos.

Os anjos podem, todavia, tomar forma visível. Os anjos apareceram em quase todos os acontecimentos importantes da vida de Nosso Senhor. No seu nascimento, na ressurreição e na ascensão. Eles costumam tomar a forma de adolescentes. Os anjos são superiores aos homens.

Para que Deus criou os anjos?

Deus criou os anjos para que o glorifiquem, sirvam, e, com isto, sejam felizes.

1) Os anjos, por si mesmos, glorificam a Deus pelas suas perfeições. Eles são títulos de honra para Deus, assim como uma obra de arte é para o artista. Além disso, glorificam-no com seus hinos de louvor. O canto dos anjos nas planícies de Belém, e os “três vezes Santo” dos Serafins, por exemplo. 2) Os anjos servem a Deus de modo particular auxiliando os homens a alcançarem a eterna bem aventurança. O nome deles indica a condição. “Anjo” deriva-se do grego e significa “mensageiro”. 3) A felicidade das criaturas também é o fim da criação. Veja o nº 69.

Quantos anjos existem?

O número dos anjos é incomensurável.

A S. Escritura fala de exércitos celestes e de bilhões de anjos. – Há desses anjos 9 coros, ou sejam, 9 categorias. Citam-se muito nas Escrituras os Serafins e Querubins; da mesma forma os Arcanjos, nominalmente S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael.

Qual a razão de haver também anjos maus?

A razão de existirem anjos maus é que alguns anjos, ao serem testados, apostataram, sendo por este motivo lançados ao inferno.

No principio, todos os anjos eram agradáveis a Deus. Pelo motivo de Deus só conceder a bem aventurança somente aos que tivessem merecido, ele os provou primeiro, da mesma forma também provou os homens. Foi então que uma parcela dos anjos pecou por soberba, querendo ser iguais a Deus. O seu principal adversário na peleja que se travou foi S. Miguel. Este exclamou: “Quem é como Deus?” (Significado do nome “Miguel”). Os anjos maus tinham por chefe um anjo de alto grau. Cristo o chama de Satanás.

Que atitude os anjos maus tomam em relação a nós? 

Os anjos maus têm conosco a seguinte atitude hostil: invejam-nos e procuram nos seduzir ao pecado. Chegam a poder, com permissão divina, nos prejudicar nos bens e na saúde.

O espírito mau invejou nossos primeiros pais e os levou ao pecado. Por isso diz a S. Escritura: “Pela inveja do demônio entrou o pecado no mundo”. Também a Judas o demônio seduziu. Teve a audácia de tentar o próprio Salvador, quando jejuava no deserto. Prejudicou a Jô na saúde e nas posses. Os santos dizem que a inveja de Satanás provém do fato dos homens estarem destinados ao lugar que ele ocupou no céu. O demônio só pode nos tentar ao pecado atuando sobre nossa fantasia. Não tem poder nenhum sobre nossa inteligência e vontade. Assemelha-se a um cão acorrentado que late, sim, mas sem poder morder. Por isso deve-se afastar imediatamente todos os pensamentos maus que ele incute. S. Tiago admoesta: “Resisti ao demônio, que ele fugirá de vós.” Inversamente, quem se demorar nos pensamentos maus, é como um peixe que se agarra a isca.

Que atitude têm em relação a nós os anjos bons?

Os anjos bons têm em relação a nós a seguinte atitude: defendem-nos dos perigos, reforçam nossas preces perante Deus e manifestam a alguns homens a vontade divina.

1) Os anjos que nos protegem contra os perigos se chamam Anjos da Guarda. Um anjo conduziu S. Pedro para fora do cárcere, outro protegeu os três jovens na fornalha. São particularmente as crianças que gozam de uma admirável proteção da parte dos santos anjos. Pensam os Santos que cada homem tenha um anjo para sua guarda. 2) S. Rafael disse a Tobias que ele levara suas preces a Deus, i. e., reforçando-as. 3) Foram anjos que revelaram a Abraão, Zacarias e a santíssima Virgem, a vontade de Deus. – Apara sermos ajudados e protegidos pelos anjos, convém que frequentemente os invoquemos.

Deus e suas criaturas (6)

Divina providência.



O que é a divina providência?

A divina providência é a conservação e o governo do mundo.

1) Deus conserva o mundo quando cuida de que a criação continue durando até o fim do mundo. Anualmente se repete as searas, a milagrosa multiplicação dos pães. – No dia do juízo, sim, o Sol deixará de brilhar e os corpos celestes abandonarão as suas orbitas. Entretanto, o mundo não perecerá, mas será apenas transformado num outro mundo melhor. Acontecerá com a terra como aconteceu com o Sol; à noite ele se põe, com o brilho apagado, mas ressurge no dia seguinte com esplendor dobrado. É o que diz S. Pedro: “Esperamos um novo céu e uma nova terra.”.


2) Deus governa o mundo quando cuida de que a criação o glorifique e nos sirva para o bem. Assim como um piloto dirige o navio para que alcance seu destino, Deus governa o mundo para que este realize o seu fim. O fim deste mundo é a glória de Deus e o bem das criaturas. Pelo fato de Deus não se esquecer de uma só criatura sequer na sua providência, Cristo diz, no sermão da montanha, que Deus cuida até dos pardais, dos lírios e das ervas do campo. É visto com clareza como Deus governa o mundo pela sorte de alguns homens (p. ex. José do Egito), bem como de povos inteiros (p. ex. o povo eleito), e pela santa Igreja Católica; além disso, pelo fato de Deus fazer o mal reverter em bem.

3) De modo particular, devemos estar lembrados da divina providência quando temos que sofrer. Mesmo que não pareça, Deus faz tudo com boa intenção. Nas próprias ciladas que nos armam, encontramos, muitas vezes, a salvação. Pessoas irreligiosas chamam as disposições divinas de acaso.

Por que Deus envia sofrimentos?

1) Ao pecador Deus envia sofrimentos para corrigi-lo e livrá-lo da morte eterna.

É o que demonstra a história do filho pródigo. Deus procede com o pecador como um pai com o filho rebelde. Deus é como um cirurgião: corta para curar. Frequentemente envia doenças para reparar a alma.

2) Deus envia o sofrimento ao justo para prová-lo e aumentar-lhe a perfeição da alma e a futura bem aventurança.

1) O mestre examina o aluno para poder dar boa nota. Deus prova, para poder dar felicidade. Deus provou os anjos, os primeiros homens, Jô e Tobias e o pobre Lazaro. Por isto diz S. Paulo: “Através de muitas tribulações nos é dado entrar no reino de Deus”. 2) Os sofrimentos conduzem a perfeição, porque purificam os homens dos vícios, assim como o fogo purifica o ouro e a lima limpa o ferro enferrujado. Deus é como um vinhateiro. Diz Jesus Cristo: “Toda videira que produz fruto, Ele a poda para que frutifique mais”. Portanto, nos sofrimentos o homem detesta os prazeres pecaminosos do mundo. Os sofrimentos aumentam o zelo pela oração; prova disto são os Apóstolos que se puseram a rezar durante a tempestade no lago. Como diz o adágio: “A necessidade ensina a rezar”. 3) Cristo falou aos Apóstolos: “Vossa tristeza se converterá em alegria”. Os sofrimentos, em geral, trazem desde cedo alegrias para o justo. É o que se vê na vida de Jacó, que tornou a encontrar seu filho José feito rei. S. Paulo diz: “Todas as coisas cooperam para o bem para aqueles que amam a Deus”. Por maior que seja um mal, sempre encerra em algum bem. Não desanimes nas adversidades, pois a dor e as penas se transformarão em alegria. São, portanto, insensatos os que, nas desgraças, põem fim a vida.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ausência temporária.

Gostaria de avisar que estarei me ausentando temporariamente, e por isso não poderei dar continuidade à digitalização do catecismo por algum tempo.

Caso alguém se interesse em ajudar, pode entrar em contato pelo email: jonadabe.rios@hotmail.com.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Deus e suas criaturas (5)

A criação

O que diz a s. Escritura acerca da gênese do mundo?

A s. Escritura diz acerca do mundo o seguinte:

1) No principio criou Deus o mundo espiritual e material.

2) O mundo material, no inicio, era caótico, informe e sem luz.

Diz Moisés: “No princípio criou Deus o céu e a terra; a terra, porém, estava informe e vazia, e havia trevas sobre o abismo”. Isto significa: antes de ser criada qualquer coisa (no principio), Deus produziu do nada (criou) o mundo espiritual (o céu com os anjos) e o mundo material (as coisas no espaço visível do universo). Nos espaços estavam as massas em desordem caótica (a terra, porém, estava vazia), sem forma, sem vida e sem cor (a terra estava vazia e escura).

3) Em seis dias Deus deu ao mundo material a sua forma presente.

Esses dias de criação (hexameron) provavelmente são longos períodos. Chamaram-se “dias”, porque a semana da criação estava destinada a ser o tipo da semana social.

O que criou Deus nos seis dias?

Nos seis dias Deus fez as seguintes criações: 1° dia criou a luz, no 2° o firmamento, no 3° separou a água da terra firme e criou as plantas, no 4° criou os corpos celestes, no 5° os peixes e aves, o 6° os animais terrestres, e por ultimo o homem.

As evidencias naturais dão a seguinte explicação que não é inverossímil: os dias foram longos períodos. No primeiro dia entrou o movimento das massas cósmicas; com isto veio o atrito e o fogo (luz). No segundo dia as massas se dividiram em corpos (globos) de diversas qualidades e tamanhos, que se repeliram para rumos diferentes e vieram colocar-se nas orbitas designadas por Deus. O espaço celeste com as rotas dos astros chama-se firmamento. No terceiro dia, o ígneo globo terráqueo foi esfriando cada vez mais. Já estava cercado apenas de água fervente e de um espesso nevoeiro. Sob as águas foi-se formando paulatinamente a crosta terráquea, por susas fendas penetrou a água que, encontrando o fogo, se evaporou. Com o vapor foram arremessadas para o alto enormes áreas que passaram a constituir as montanhas e os continentes cercados de água. No quarto dia o nosso sol adquiriu seu pleno desenvolvimento, vindo a atuar sobre a terra. – O exame cientifico de crosta terráquea demonstra igualmente que os seres orgânicos se originaram na mencionada ordem: primeiro os vegetais; depois os peixes e aves; em seguida, os animais terrestres; por fim, o homem. Foram, pois, criados, primeiro os seres necessários para a vida dos outros.

Que fez Deus no sétimo dia?

No sétimo dia Deus descansou.

Deus não estava cansado; apenas deixou de criar espécies absolutamente novas de criaturas; limitou-se a conservar as antigas. O sétimo dia dura até o fim do mundo. Com o seu repouso, Deus nos deu a entender que também nós, depois de seis dias de trabalho, devemos descansar. Daí o terceiro mandamento da lei de Deus.

De que fez Deus o mundo?

Deus fez o mundo do nada.

Deus ordenou (quis), e logo se fez tudo quanto Ele queria. Diz a s. Escritura: “Ele falou, e foi feito”. A partir do primeiro dia da criação lê-se: “Deus falou: faça-se luz! E a luz se fez”. O universo inteiro, com todos os seus portentos, Deus chamou do nada. A um chamado seu apresentaram-se os céus e a terra.

Para que Deus criou o mundo?

Deus criou o mundo para a sua própria glorificação e para o bem das criaturas.

Deve-se distinguir a finalidade interna da obra, da intenção externa do obreiro. No relógio, a intenção do obreiro ao fabricá-lo foi o ganho da vida (salário), ao passo que a finalidade interna da obra é indicar as horas. No caso do mundo, o fim do obreiro é a bondade de Deus. (Deus procede como um bom pai que mostra belos quadros a seus filhos para os alegrar). Fim da obra é a glorificação de Deus (a obra é gloria para o mestre, q. d. o mundo está destinado a manifestar a majestade de Deus. O que quer que eu veja clama: Como sois grande, ó Deus! Como sois bom! – Ora, visto como nós mesmos fomos criados para glorificação de Deus, devemos fazer tudo para a glória de Deus, e despertar antes do trabalho a boa intenção. Diga-se: Tudo Mara a maior glória de Deus!”. Também não devemos levianamente tdestruir as criaturas, porquanto estas apregoam a majestade divina.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Deus e suas criaturas (4)

A Santíssima Trindade.

Que é a Santíssima Trindade?

A Santíssima Trindade é o Deus uno em três pessoas.

No raio do sol há luz de três cores diferentes. Revelaram-se as três pessoas divinas no batismo de Jesus. É perfeitamente adequada a palavra “Triunidade”.

Como se chamam as três pessoas divinas?

As três pessoas divinas chamam-se: Pai, Filho e Espírito Santo.

Por que chamamos esta verdade de mistério?

Chamamos esta verdade de mistério, porque não é compreensível à nossa inteligência.

1) Quem quisesse desvendar este mistério, acontecer-lhe-ia como a quem fixasse o sol. Contam, que, estando na praia a encher d’água do mar umas covinhas feitas na areia, um menino dissera a Sto. Agostinho: “Antes consigo eu transportar o mar todo para dentro desta cova do que tu consegues desvendar o mistério da santíssima Trindade”. Jamais chegará a compreender a Deus quem não for o próprio Deus. 2) Contudo, não é por nos ser incompreensível que alguma afirmação há de ser insensata. Do contrário, seria igualmente insensato que alguém, depois de observar o microscópio uima gota de água, viesse dizer que nela existem milhares e milhares de seres vivos. 3) O mistério da santíssima Trindade tão pouco encerra contradição; não se diz nele que três pessoas são uma pessoa, nem que uma natureza são três naturezas. 4) Há na natureza várias analogias a santíssima Trindade. O raio luminoso, claro, encerra luz de três cores. A água pode ser corpo sólido, liquido e gasoso. O espírito têm inteligência, vontade e memória.

O que as três pessoas divinas têm em comum?

As três pessoas divinas têm em comum: a natureza, os atributos e as operações.

Resultam daí os seguintes corolários: 1) Há uma só natureza divina, ou seja, um só Deus, e não três deuses. As três pessoas, se bem que não sejam as mesmas, são, contudo, o mesmo ser. 2) Cada pessoa é eterna, onisciente, onipotente, etc. Quando Cristo diz que “o Pai é maior” do que ele, fala de si mesmo como homem. 3) A criação, redenção e santificação, são cada qual obra das três pessoas juntas.

Em que se distinguem as três pessoas divinas?

As três pessoas divinas distinguem-se no seguinte: o Pai procede de pessoa nenhuma; o Filho, porém, procede do Pai, e o Espírito Santo de ambos simultaneamente.

Sirva de comparação a árvore: da raiz provém o tronco, e de ambos provém o fruto. Para designar a origem, diz-se: O Pai é a primeira, Filho é a segunda e o Espírito Santo é a terceira pessoa.

Por onde sabemos do mistério da Santíssima Trindade?

Sabemos do mistério da Santíssima Trindade pelas palavras ditas por Jesus Cristo aos apóstolos antes da ascensão:

Disse-lhes Jesus: “Ide, ensinai todos os povos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!”. Já no Antigo Testamento insinuava-se este mistério. Assim, p. ex. disse Deus: “Façamos o homem”. Os serafins cantavam os “três vezes Santo”. Os sacerdotes judaicos invocavam três vezes o nome de Deus ao abençoarem o povo.

Com que é que professamos nossa fé na Santíssima Trindade?

Professamos nossa fé na Santíssima Trindade com o sinal da cruz.

A Igreja usa muito a doxologia: “Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Amem.”

Deus e suas criaturas (3)

Os atributos de Deus.

Considerada de diferentes pontos, uma paisagem apresenta diferentes aspectos; assim também Deus, julgado pelas suas obras. Os atributos de Deus propriamente não são senão a própria essência divina. Corretamente não se deveria, portanto, dizer: Deus é eterno, onipotente, etc., mas: Deus é a eternidade, a onipotência, etc. Dos atributos divinos, uns se referem ao ser (eterno, onipresente, imutável), outros ao conhecer (onisciente, sapientíssimo), os restantes ao querer de Deus.

Que qualidades tem Deus?

Deus tem as seguintes qualidades:

1) É Eterno, q. d. Deus sempre existiu, existe e existirá.

Com as palavras: "Eu sou aquele que é”, dirigidas a Moisés, Deus deu a entender a sua eternidade. O circulo, que não tem principio nem fim, é símbolo da eternidade. Por ser redonda, a santa hóstia indica que nela está presente o Eterno. Deus, por ser eterno, é representado, geralmente, como um ancião de longas barbas; poderia ser, comigual direito, representado moço. Os anjos e as almas humanas não são eternas, mas somente perecíveis. Para Deus não há tempo. Eis porque S. Pedro diz: “Mil anos, perante Ele, são como um dia.” A eternidade nos é incompreensível. “Deus existia antes de todos os séculos e permanece por toda a eternidade.” A eternidade refere-se ao tempo; a onipresença ao espaço.

2) Deus é onipresente, i. e. Deus está em todos os lugares.

As palavras proferidas por Jacó depois do sonho com a escada do céu: “Realmente, Deus está neste lugar e eu não sabia”, podem ser aplicadas a todos os lugares. Representa-se simbolicamente a onipresença de Deus por um olho encerrado num triângulo, donde partem raios para todas as direções. Assim como o pensamento está no seu espírito, o mundo todo está em Deus. Quem na tentação se lembrar da onipresença de Deus, como o fez José do Egito, toma horror ao pecado. Lembra-te, onde quer que estiveres, que Deus está próximo.

3) Deus é imutável, i. e., Deus permanece constantemente igual.

Dá-se com Deus o mesmo que com a verdade. Esta (p. ex. 2x2 = 4) não se pode alterar. Da própria eternidade de Deus resulta que ele deve ser imutável; pois uma coisa que muda, torna-se diferente do que era; deixa, portanto, de ser eterna. Por conseguinte, Deus nada pode adquirir nem perder. Por mais que Deus ora castigue ora premia, contudo não se altera, tão pouco como o sol, cuja luz, coada por vidros de diferentes cores, toma cores diferentes. Deus, na criação do mundo, não mudou, portanto apenas executava o que desde toda a eternidade resolvera. Tão pouco mudou, operando a Redenção, como também não muda o pensamento quando revestido de palavras.

4) Deus é onisciente, i. e., Deus  sabe tudo: o passado, presente e futuro, e mesmo os nossos pensamentos mais secretos.

Cristo previa a negação de S. Pedro; igualmente a destruição de Jerusalém. Não raro, dizia aos homens os pensamentos deles. De modo mais claro, porém, manifestar-se-á a onisciência de Deus no dia do Juizo. Deus que nos deu a vista, haveria de não nos ver? Ele que nos deu o ouvido, não nos ouviria? Onde quer que eu esteja, o que quer que eu faça, sempre Deus me observa. Há uma vista a qual nada escapa, nem sequer o que se pratica na escuridão da noite.

5) Deus é sapientíssimo, i. e., Deus sabe dispor tudo de modo a conseguir o seu fim.

1)  O que Deus visa em tudo é a sua própria glorificação e o bem de suas criaturas. 2) Revela-se particularmente a sabedoria de Deus na criação e na vida dos santos, p. ex. na de José do Egito. Deus sabe servir-se de coisas insignificantes, para operar grandezas. Sabe até aproveitar-se do mal para o bem.

6)  Deus é onipotente, i. e., pode fazer tudo o que quer.

É na criação e nos milagres de Jesus Cristo que se manifesta particularmente a onipotência de Deus. Diz a s. Escritura: “O firmamento anuncia o poder de suas mãos”. Onipotente que é, pode Deus auxiliar-nos mesmo na maior das necessidades, pois pode operar um milagre. É o que se depreende da libertação de S. Pedro do cárcere, e da dos três jovens da fornalha ardente. O que a nós, homens, parece impossível, é possível a Deus. Eis porque Jesus diz que “perante Deus tudo é possível”. Não há nada tão grande e difícil que Deus fosse incapaz de fazer.

7)  Deus é sumamente bondoso, i. e., ama-nos mais do que um pai ama os filhos.

Um pai estremece o filho; mais ainda vos ama o Pai do Céu. 1) O amor de Deus manifesta-se esplendorosamente no fato de ter entregue por nós seu próprio filho. Por isso diz Jesus: “Tanto amou Deus o mundo que entregou o seu próprio unigênito.” 2) Patenteia-se também o amor de Deus nos muitos benefícios que Ele nos dispensa. O que eu sou e o que possuo, tudo é dom de Deus, meu Pai. 3) A atitude do Crucificado ilustra adoravelmente o grande amor de Deus por nós. Sto. Agostinho comenta assim: “Ele traz a cabeça inclinada para nos beijar, estendidos os braços para nos abraçar, aberto o coração para nos amar.” Por ser bondoso, Deus é também longânime e misericordioso.

8) Deus é longânime, i. e., dá tempo, muito tempo, às vezes, para que o pecador se converta.

Os homens vingam-se logo que são ofendidos. Deus não. Ele é como uma boa mãe, que procura acalmar o filho renitente. Aos contemporâneos de Noé, Deus concedeu 120 anos; À cidade de Nínive, 40 dias, para se converterem. Já por nos ter remido, tem Ele tanta paciência conosco. Ninguém joga fora o que comprou caro, mas procura, antes, remediar-lhe algum defeito.

9) Deus é misericordioso, i. e., gosta de perdoar ao pecador que se arrepende e que promete emenda de seus pecados.

Na parábola do filho pródigo e na indulgência do bom ladrão, Jesus Cristo demonstra a grande misericórdia divina. A Igreja reza: “Ó Deus que costumas sempre ter compaixão e perdoar...” Se Deus nos manda perdoar 70 x 7 aos que nos ofendem, como não há de ser ele mais indulgente?

10) Deus é santíssimo, i. e., ma o bem e detesta o mal.

Os pagãos julgavam os seus deuses viciosos e protetores dos vícios. Não é assim o verdadeiro Deus: é isento de qualquer mácula. Por isso cantam-lhe os anjos do céu: “Santo, santo, santo...” Sê santo e puro, e serás querido de Deus!

11)  Deus é sumamente justo, i. e., premia o bem e castiga o mal.

1) No dilúvio, Deus castigou os homens pecadores e salvou Noé. Castigou Sodoma, mas salvou Ló. 2) Deus costuma punir os homens por onde eles pecaram. Diz  assim a s. Escritura: “Naquilo que alguém peca, nisso será punido”. Absalão gabava-se de sua farta cabeleira; foi exatamente por ela que ele pereceu, preso a uns galhos. Antioco mandou retalhar os corpos dos judeus, entre os quais os dos irmãos Macabeus e da mãe destes; pois Antioco morreu comido por vermes. O rico avarento pecara pela língua, dela é que ele foi sofrer mais no inferno. 3) Não é, todavia, neste mundo que se faz perfeita retribuição; esta só se dá verdadeiramente depois da morte. Muitos que hoje são os primeiros, serão então os últimos. É o que se percebe na parábola do rico avarento. 4) Por Deus ser sumamente justo, devemos temê-lo. Diz a s. Escritura que “o temor de Deus é o inicio da sabedoria”.

12) Deus é veraz, i. e., não revela senão a verdade.

Deus não pode errar, nem mentir. Há de se realizar, pois, tudo quanto Deus revelou; portanto, é verdade que continuaremos vivendo depois da morte, e que ressurgiremos um dia.

13) Deus é fiel, i. e., cumpre o prometido e executa as suas ameaças.

Prova-o o embargo da reedificação do templo de Jerusalém no ano de 361, sob o governo do imperador Juliano. Céus e terra passarão, não passará, porém, a palavra de Deus.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Deus e suas criaturas (2)

A natureza ivina.

Por que não somos capazes de explicar exatamente o que Deus é?

Não somos capazes de explicar exatamente o que Deus é por sermos finitos, e Ele infinito.

O grande oceano não se pode esvaziar com uma pequena concha; do mesmo modo não é possível à nossa inteligência finita abranger o Infinito. É mais fácil dizer o que Deus não é do que dizer o que Ele é. Quem quisesse explorar os arcanos de Deus, acontercer-lhe-ia como a quem demoradamente fita o sol. O que apenas podemos explicar muito deficientemente o que Deus seja.

Que é Deus?

Deus é nosso Pai celestial, que existe por si mesmo, infinitamente perfeito e soberano Senhor do céu e da terra.

1) Damos a Deus o título de “Pai”, no Pai nosso. Deus é nosso Pai, porque a Ele devemos a vida e porque ele vela por nós como bom pai. 2) Chamamo-lo “nosso Pai do céu”, porque só no céu ele é visível. 3) Deus existe “por si mesmo”, ao invés dos deuses pagãos que existem por mãos humanas. Eis porque Deus falou a Moisés: “Eu sou aquele que É”; ou, por outra: não recebi de nenhum outro ser a minha existência. 4) Deus é infinitamente perfeito, ao invés dos deuses pagãos que eram tidos por feios e viciosos. Todas as perfeições das criaturas, como vigor, bondade, sabedoria, beleza, etc. não passam de um tênue reflexo da infinita perfeição divina. Se Deus não possuísse essas perfeições no mais alto grau, não poderia dá-las a outrem. 5) Deus é o Senhor do céu e da terra, q.d. é dono do mundo material e espiritual. É dono, porque criou tudo. Assim como todos os artefatos da cerâmica pertencem ao oleiro, o mundo inteiro pertence a Deus. Como Senhor absoluto, Deus deu ao mundo leis firmes que são as leis naturais. Delas nos dão conta a astronomia e a física. Ele também no coração do homem depositou a lei natural.

Por que não podemos ver a Deus nesta vida?

Nesta vida não podemos ver a Deus, porque Ele é um espírito.

Só no céu se vê a Deus, face a face. As estrelas também não se enxergam de dia, mas só de noite, se não houver nuvens no firmamento. Assim também não podemos ver a Deus senão quando terminar o dia que é nossa vida; vê-lo-emos então, se tivermos morrido sem pecado mortal. – Nesta vida temos como que um véu, uma nuvem, ante os nossos olhos. Deus apareceu dentro de uma nuvem, nos montes do Sinai e do Tabor.

Que é um espírito?

Espírito é um ser incorpóreo e imperecível, dotado de inteligência e livre arbítrio.

Além de Deus, são ainda espíritos os anjos e a alma humana. – Apesar de espírito, Deus, contudo, tem adotado várias formas aparentes, p. ex. a de pomba no batismo de Jesus, a de línguas de foto no dia de Pentecostes. Essas formas tão pouco são Deus quão pouco as palavras que eu profiro são os meus pensamentos. Pelo contrário, elas eram apenas imagens de Deus, destinadas a ilustrar alguma perfeição divina.

Há um Deus, ou mais deuses?

Há um só Deus.

O Ser, de todos o mais perfeito, só pode ser um. Se houvesse outro igual ao lado deste, já não seria Ele o mais perfeito. A organização do mundo permite concluir para um só organizador. Assim como numa nau, só há um piloto, no corpo humano uma só alma, assim no universo só há um Deus.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Deus e suas criaturas (1)

A existência de Deus

Por onde conhecemos que existe um Ser Supremo?

Conhecemos que existe um Ser Supremo pela existencia das criaturas, pela ordem que há no universo e pela revelção divina.

1) Os astros celestes e a terra com todas as criaturas que nela existem não podem ter nascido por si só. Assim como pelos rastros que encontramos na areia calculamos que alguém deve ter passado por ali, do mesmo modo concluimos das obras de Deus para a existência dele. Tão pouco como uma vela se acende sozinha, tão pouco também a luz do sol e das estrelas veio por si. Um glopo não se faz sozinho; muito menos os poderosos globos siderais se fizeram por si mesmos. Tem razão a S. Escritura quando diz: "Os céus narram a gloria de Deus". 2) Também a admiravel ordem existente no universo permite concluir em um organizador de excelente inteligência. Por menor que seja uma casa, sempre exige um construtor; o relógio, um relojoeiro. E a construção arquitetônica gigantesca do universo havia de existir por si só? As estrejas descrevem tão pouco as suas rotas sozinhas, como um navio não faz sozinho um circuito pelo mundo, pare terminar no ponto de partida. E ainda a disposição maravilhosa e artistica da vista, do ouvido, 
do coração, etc., obrigam-nos a reconhecer a existencia de Deus. 3) A par da criação está a S. Escriutura a anunciar a existência de Deus, porquanto a S. Escritura manifesta a revelação de Deus.

Quais são os que afirmam que não há Deus?

Os insensatos afirmam que não há Deus.

Chamam-se ateus. Quem disseste que as casas, as cidades e coisas semelhantes surgiram sozinhas, seria tido por louco. Bem assim os ateus. Eis porque reza a S. Escritura: "Diz o tolo em seu coração: não há Deus". Deus, um dia, chamará às contas os ateístas, e os julgará pelas suas palavras, mostrando-lhes que, para eles, não haverá Deus.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Os 12 artigos de fé

Sobre que assuntos versa principalmente a explicação do símbolo dos Apóstolos?

A explicação do símbolo dos Apóstolos versa principalmente sobre os seguintes assuntos:

1.    Deus e suas criaturas (1º art. de fé)
2.    O Redentor (2º - 7º art. de fé)
3.    O Divino Espírito Santo (8º art. de fé)
4.    A santa Igreja e a comunhão dos Santos (9º art. de fé)
5.    O perdão dos pecados (10º art. de fé)
6.    Os novíssimos (11º e 12º art. de fé)
7.    A esperança.

Acrescenta-se a doutrina da esperança por se mencionarem, no fim do Credo, os bens que esperamos de Deus.

Símbolo dos Apóstolos

Onde se encontra, brevemente resumido, tudo quanto um cristão católico deve saber e crer?

Tudo quanto um cristão católico deve saber e crer encontra-se, brevemente resumido, no símbolo dos apóstolos.

Assim como a criancinha possui todos os membros humanos, o símbolo dos apóstolos encerra todos os dogmas com a mais concisa brevidade. Por isto ensina-se a “Dogmática” seguindo-se do símbolo dos apóstolos. Como é que ele reza?

Por que chamamos também “Credo” ao símbolo dos Apóstolos?

Chamamos “Credo” ao símbolo dos Apóstolos, porque com ele os batizandos deviam professar a fé antes de se batizarem.

Credo é a primeira palavra do Creio em Deus Pai em latim, e quer dizer: Creio. Toda a pregação dos Apóstolos foi condensada no credo. Um pagão, antes de ser batizado, se for um adulto, deve rezar ele mesmo o Credo; se for criancinha, reza o padrinho por ele. Igualmente, na santa Missa antiga, antes de começar o sacrifício dos fiéis, despediam-se os catecumenos, e mandavam-se os fiéis rezar o credo. Por isto reza-se ainda hoje o Credo antes do Ofertório. O Credo era a senha dos cristãos; por ela se conheciam uns aos outros, assim como os soldados, em tempo de guerra, conhecem os amigos pela senha.

Por que chamamos de apostólico esse símbolo?

Chamamos de apostólico porque nos vem dos Apóstolos.

Os pensamentos fundamentais do símbolo apostólico já se encontram no sermão de S. Pedro no dia de Pentecostes.

Como se divide geralmente o símbolo dos Apóstolos?

Divide-se o símbolo dos Apóstolos geralmente em três partes principais, e além disso em 12 artigos.

Assim como os dedos da mão são articulados em falanges, assim também as três partes principais do símbolo tem as suas subdivisões. Estes artigos lembram as 12 pedras preciosas embutidas no quadro que o Sumo Pontífice da lei mosaica trazia sobre o peito. Também nós devemos tomar bem a peito estes artigos, i. e.: devemos sabê-los e crê-los.

De que tratam as três partes principais?

As três partes principais tratam de Deus Pai e da criação, de Deus filho e da redenção, de Deus Espírito Santo e da santificação.

Por que se divide o símbolo dos Apóstolos em 12 artigos?

Divide-se o símbolo dos Apóstolos em 12 artigos para significar que ele encerra as mesmas verdades que os 12 santos Apóstolos pregaram.

O sinal da santa cruz

Como se faz o sinal da santa cruz?

Faz-se o sinal da santa cruz de dois modos: persignando-se e benzendo-se.

Persignar-se é fazer três cruzes com o dedo polegar da mão direita aberta:a primeira na testa, a segunda na boca, a terceira no peito, acompanhando-as das palavras: Pelo sinal + da santa cruz – livre-nos Deus + Nosso – dos nossos + inimigos.

Benzer-se é fazer uma cruz com a mão direita aberta, da testa ao peito, e do ombro esquerdo ao direito, dizendo: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amem.

Na cruz morreram Jesus Cristo e seu primeiro vigário na terra: São Pedro. Lembra ela, portanto, a união de todos os remidos com o chefe da Igreja romana.


Que atestamos nós com o sinal da santa cruz?


Atestamos com o sinal da santa cruz a nossa crença no Salvador crucificado e no Deus Trino.

O sinal da santa cruz faz-nos recordar a nossa salvação pela morte de Cristo na cruz. A tríplice renovação da mesma cruzinha e as palavras concomitantes expressam a idéia da Santíssima Trindade. Constitui, portanto, o sinal da santa cruz uma síntese de nossa religião cristã.


Por que se fazem as cruzes na testa, boca e peito?

Fazem-se as cruzes na testa, boca e peito ilustrando o seguinte pedido: Ó Deus, abençoai os meus pensamentos, palavras e obras!

A testa, donde procedem todos os pensamentos, representa a origem de todos os seres: Deus Pai; a boca, donde saem as palavras, representa o Verbo divino, o Filho de Deus; o peito, com o coração, sede das resoluções do amor, representa o Espírito do Amor, o Divino Espírito Santo.

Que alcançamos com o sinal da santa cruz?

Com o sinal da santa cruz alcançamos a benção de Deus.

Benção de Deus significa: Deus nos protege do mal e concede-nos bens temporais, como saúde, reputação, haveres, felicidade. Na guerra, os que trazem braçal com a cruz vermelha, não são alvejados. Assim também o homem que se persigna com a cruz do Redentor é livrado por Deus de muitos males. Aplicando-se o sinal da cruz as palavras que ocorrem na vida de Constantino Magno (312): In hoc signo vinces – Neste sinal vencerás!. Desde o Antigo Testamento o sinal da cruz era de benção, como atestam a serpente de bronze colocada sobre a cruz, e a oração de Moisés feita de braços em cruz.


Quando se deve fazer o sinal da cruz?

Deve-se fazer o sinal da cruz ao acordar e ao deitar, antes e depois de atos importantes.

Desperta cedo e benze-te logo! Os primeiros cristãos costumavam benzer-se antes da oração, ao subir de casa, em perigos e nas tentações. É tolo quem se envergonha de benzer-se.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A profissão de fé

Em que consiste a profissão da fé?

A profissão da fé consiste em manifestar a própria crença em certas ocasiões, por palavras ou por obras.

Professaram a sua fé os três jovens da fornalha ardente na presença do rei; professaram-na os 7 irmãos Macabeus com sua mãe; professou-a S. Pedro dizendo: “Tu és o Cristo, Filho do Deus Vivo!”; O contrário é a negação da fé e a apostasia da fé. S. Pedro negou a fé no adro do Sumo Sacerdote. O rei Salomão apostatou da verdadeira fé; tornou-se idólatra, a bem de suas mulheres pagãs. A igreja nos incita à profissão da fé realizando procissões.

Por que devemos professar também exteriormente a nossa fé?

Devemos professar também exteriormente a nossa fé, porque a profissão de fé é necessária para a salvação e, por isto, ordenada por Jesus Cristo.

1) Diz S. Paulo: “Se crer, de coração, para a justiça; mas de boca faz-se a profissão para a salvação”. Já é razão bastante para professarmos exteriormente a nossa crença, o dever que temos de servir a Deus de corpo e alma. Além disto, a nossa natureza sente a necessidade de manifestar exteriormente os sentimentos interiores. Quem não professa a fé, perde-a, como se perde a facilidade de um idioma, não o praticando. 2) Cristo nos encarece a profissão de fé, dizendo: “Quem me professar perante os homens, a esse eu professarei perante meu Pai, que está no céu.” Diz mais: “Quem se envergonhar de mim e de minhas palavras, dele também o Filho do Homem terá vergonha quando vier na sua glória”.

Quando é que estamos obrigados a professar nossa fé?

Estamos obrigados a professar a nossa fé quando a gloria de Deus ou a salvação do próximo o exigirem.

Quem quisesse estar professando a fé a cada momento (p. ex. fazendo seguidamente o sinal da cruz), ridiculariza a si mesmo e a religião. Eis porque adverte N. Senhor: “Não deis aos cães o que é santo, nem atireis aos porcos as vossas perolas!”. Se inimigos da religião nos importunarem com perguntas acerca da nossa crença, despachemo-los com brevidade. Mas, se é a autoridade competente que inquire, devemos professar as cores. Assim fez Cristo ao Sumo Sacerdote.

De que modo recompensa Deus os que professam a fé?

Deus recompensa os que professam a fé, distinguindo-os neste mundo e depois da morte.

1) A S. Pedro que professara impávido a divindade de Cristo, Jesus fez imediatamente chefe dos apóstolos. Os três jovens da fornalha ardente, tendo professado com coragem a sua fé em Deus, foram por Ele protegidos do fogo e grandemente honrados pelo rei. 2) A quem tiver de sofrer pela fé, são aplicáveis as palavras de N. Senhor: “Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. E mais: “O que perder a vida por minha causa, a encontrará”. Chama-se confessor aquele que é perseguido pela fé; mártir o que morre pela fé. Nas imagens apresentam-se os mártires com uma palma na mão; é a palma da vitória. Há cerca de 16 milhões de mártires. Nenhuma religião pode apresentar coisa semelhante.

Por que motivos acontece, Às vezes, que católicos reneguem a sua fé?

Acontece, Às vezes, que católicos reneguem a sua fé em virtude de respeito humano ou por dinheiro.

Certos homens são como lebres: amedrontam-se com espantalhos. Com receio de ataques, deixam de professar a sua fé – Até por dinheiro alguns abandonam a fé; assim p. ex. na esperança de um casamento rico. Às vezes só no leito de morte reconhecem o erro.

Qual é a forma mais freqüente dos cristãos católicos professarem a fé?

A forma mais freqüente dos cristãos católicos professarem a fé é o sinal da cruz.

O sinal da cruz é para os católicos mais ou menos o que vem a ser a farda para os servidores do Estado.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Milagres e Profecias

 O que é milagre?

Milagre é uma obra extraordinária, impossível de ser provocada mediante as energias da natureza, mas realizável só pela onipotência de Deus.

Fenômenos extraordinários são p. ex. a farta Morgana, a miragem, a luz polar, o próprio arco-íris e particularmente muitas das invenções modernas. Mas, todas estas são realizáveis pelas energias naturais, coisa que não se dá com o milagre, como p. ex. o da ressurreição de um morto.

Para que permite Deus que sucedam milagres?

Deus permite que sucedam milagres para a sua glorificação e para corroborar a verdade.

1) Deus fez numerosos prodígios para a sua própria glorificação perante os israelitas. Tais prodígios foram p. ex. a divisão do Mar Vermelho e do Jordão; o milagre, no monte Carmelo com Elias e os sacerdotes de Baal. Com o mesmo intuito sucederam milagres no cativeiro de Babilônia, como p. ex. a libertação dos três jovens da fornalha ardente. 2) Operando milagres para a confirmação da verdade, Deus procede como as autoridades que autenticam com carimbo oficial os documentos. Por isto Deus confirma com prodígios a divina missão de seus enviados e a santidade de cristãos falecidos. Eis porque Moisés, os profetas, Jesus Cristo e os Apóstolos operaram milagres. Neste sentido dizia Jesus: “Se não quiserdes crer em mim (s. é: no que digo), crede nas obras” (q. d. nos milagres que faço). Também, ao invés, ninguém é beatificado ou canonizado se, em rigoroso exame, não ficar provado ou que em vida operou milagres, ou que depois de morto tenham sucedido milagres pela sua invocação.

Em que época se deu o maior milagre?

O maior número de milagres se deu no exórdio do cristianismo.

Deus procede como um jardineiro: rega as plantinhas enquanto novas. Quem tolamente julgasse que “hoje, estando a ciência tão avançada, não há mais milagres por ser tudo naturalmente explicável”, poderia ser refutado: 1) pelos corpos incorruptos dos Santos, p; ex. o do S. Francisco Xavier, apóstolo das Índias, o de Santa Teresa, os quais todos se diferenciam das múmias pela flexibilidade; 2) pelos membros conservados intactos de alguns Santos, p. ex. a língua de S. João Nepomuceno, existente em praga há mais de 500 anos; a língua de Sto. Antonio de Lisboa; o braço direito de Sto. Estevão, rei da Hungria; 3) pelos numerosos milagres que ocorrem nos centros de peregrinações, p. ex. em Lourdes (sul da França).

Que é uma profecia?
Profecia é a predição precisa de coisas futuras que só Deus, e nenhuma criatura, é capaz de saber.

Os enviados de Deus profetizaram muitas vezes. Cristo descreveu minuciosamente a iminente destruição de Jerusalém. Predisse até coisas dependentes da livre vontade humana, p. ex. a negação de S. Pedro. O profeta Isaías descreveu, séculos antes, a paixão de Cristo tão pormenorizadamente, como se tivesse estado ao pé da cruz; chama-se, por isso, o Evangelista do Antigo Testamento.

Que finalidade tem as profecias?

As profecias tem por fim elevar a verdadeira fé.

Vendo realizadas as profecias de Jesus Cristo e dos profetas, os apóstolos e os cristãos sentiam-se mais convictos da divindade de Jesus e da verdade da nossa religião.

sábado, 14 de maio de 2011

A sagrada Escritura ou Bíblia

 1.    O que é a Sagrada Escritura?

A s. Escritura, ou Bíblia, são 72 livros que encerram a palavra de Deus e foram escritos parte antes, parte depois de Jesus Cristo, por homens divinamente iluminados sob o impulso e a inspiração do Espírito Santo.

A Sagrada Escritura é como uma mensagem de Deus aos homens. Até hoje ela não foi alterada, nem de leve; isto se prova comparando a nossa bíblia com as mais antigas cópias e versões que dela existem, e confrontando-a com a dos judeus. Assim como Deus cuidou que a luz do Sol no decorrer dos milênios não diminuísse, assim também conservou integra até hoje a luz espiritual depositada nos sagrados livros. A “História Sagrada” usada nas escolas é uma seleção de trechos tirados da Bíblia.


2.    Como se dividem a Sagrada Escritura?

A S. Escritura dividi-se em 45 livros do Antigo e 27 do Novo Testamento.

Os livros do Antigo Testamento, por sua vez, dividem-se em históricos (os livros de Moisés, Josué, Reis), didáticos e de sabedoria (provérbios, salmos), e proféticos. Há quatro grandes profetas: Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel, e 12 pequenos profetas. Os livros do Novo Testamento dividem-se igualmente em históricos (os 4 Evangelhos e os AStos dos Apóstolos), didáticos ou de sabedoria (21 epistolas apostólicas, entre as quais 14 são de S. Paulo9) e o 1 livro profético (o Apocalipse de São João).

3.    Quais são os livros mais importante da S. Escritura?

Os livros mais importantes da S. Escritura são os quatro santos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

Porque estes livros relatam a vida e as doutrinas de Jesus Cristo. Alguns trechos deles são lidos nas igrejas, por ocasião do culto divino. Esta leitura deve-se ouvir de pé – Outro livro de grande importância é dos “Atos dos Apóstolos”, de Lucas, em que se descrevem sobretudo os feitos dos santos Apóstolos Pedro e Paulo – S. Mateus e S. João foram Apóstolos; os outros dois evangelistas, discípulos de Jesus. S. Marcos foi companheiro de S. Pedro, S. Lucas o foi de S. Paulo. S. Mateus prova como Jesus é o messias; por isso cita constantemente as profecias. S. João prova como Cristo é Deus; cita, em geral, os dizeres de Jesus Cristo sobre a sua divindade.

4.    Como foi que se conservaram as verdades reveladas não escritas na Bíblia?

As verdades reveladas não escritas na Bíblia conservam-se pela tradição oral.

Os santos evangelistas não lançaram tudo por escrito, pois Jesus não os encarregara senão de pregar. S. João diz que o mundo ficaria sem caber mais de livros, se desejassem escrever tudo quanto Cristo fez. Portanto, muita coisa há que foi comunicada pelos santos Apóstolos só de viva voz (tradição), sendo mais tarde lançada por escrito por outros. – Quanto os protestantes pretendem que tudo o que é revelação está na Bíblia, contradizem-se guardando o domingo e não o sábado, porque a Bíblia nada refere sobre a instituição do domingo. Sem a tradição não se saberia quais livros fazem parte da S. Escritura.

5.    Como foi que Deus sancionou as suas revelações?

Deus sancionou as suas revelações com milagres e profecias.

Haja vista os milagres operados por Moisés, Elias, Jesus Cristo e pelos Apóstolos. Com estes milagres Deus provou ter-se, de fato, manifestado por intermédio daquelas pessoas.

Revelação divina.

1.    O que é revelação divina?

A revelação divina são as comunicações que Deus fez em extraordinário, no decorrer dos tempos, sobre si e sobre as suas obras.

Exemplos de tais revelações: Deus falou a Noé e enviou-o a seus contemporâneos; esteve com Abraão em forma humana acompanhado de dois anjos; interpelou Moisés no seio da sarça ardente; falou aos israelitas do alto do monte Sinai; enviou o arcanjo S. Rafael a Tobias; mandou anjos aos pastores nos campos de Belém; falou a Saulo, perseguidor dos cristãos às portas de Damasco, etc. A revelação mais importante é a que fez o Filho de Deus. Chama-se, geralmente, sobrenatural a revelação divina, porque Deus se revela também de modo natural, isto é, pela natureza. Assim chama-se natural a revelação de Deus pela criação.

2.    Com que intuito se fez a revelação divina?

A revelação divina se fez com o intuito de fundar a verdadeira religião.

Foi por isso que a revelação divina terminou com a morte dos santos Apóstolos. Posto que Deus ainda agora se revele (sirvam de exemplo as várias revelações ocorridas nas vidas dos Santos e as aparições de N. Senhora em Lourdes, 1858, na frança), contudo estas revelações não tem por fim senão confirmar ou esclarecer as verdades já reveladas.

3.    Como obtemos notícia das verdades reveladas?

Obtemos notícia das verdades reveladas mediante a sagrada Escritura e mediante o Magistério da Igreja.

Deus não quisque permanecessem ocultas as suas revelações. Por isto ordenou aos homens que as receberam (Noé, Moisés, etc.) para transmitirem aos seus contemporâneos. Pela mesma razão o próprio Jesus, antes de subir ao céu, mandou aos Apóstolos: “Ide e ensinai a todos os povos!”. E ainda pelo mesmo motivo Deus incitou vários santos homens a assentarem por escrito as revelações recebidas e, enquanto escreviam, Ele os inspirava. Nasceu, assim, a “Sagrada Escritura”.


4.    Como se chama uma doutrina declarada solenemente pela Igreja como sendo revelada por Deus?

Uma doutrina que a Igreja solenemente declarou como sendo revelada por Deus chama-se artigo de fé, ou dogma.

Para uma tal declaração solene são competentes um concílio ecumênico, ou o Papa sozinho. Quando uma destas doutrinas é definida como dogma, não se fabrica doutrina nova, mas apenas se pronuncia com clareza a doutrina em questão, tal como Deus e revelou e como ela desde sempre foi criada. Também a criança, enquanto vai crescendo, não cria novos membros. Quem achar que os dogmas são antiquados, considere que a verdade jamais pode mudar (2 x 2 = 4). Dois vezes dois sempre será quatro.

O conhecimento de Deus.

1.    Como chegamos ao conhecimento de Deus?

Chegamos ao conhecimento de Deus em parte pelas cosias criadas, e com maior clareza pela revelação divina.

Do mundo visível podemos concluir p. ex. para o grande poder, para a sabedoria, bondade e beleza de Deus. Por aí não obteremos, contudo, um conhecimento nítido. Assim como de uma bela pintura que vejo posso concluir para a habilidade do pintor; não, porém, para a sua idade, ascendência ou nome, a menos que antecipadamente nos comunicassem, do mesmo modo precisamos também da revelação divina para conhecermos a Deus. – O conhecimento mais nítido de Deus será no céu. Na terra só vemos a Deus como em figura; os habitantes do céu, porém, contemplam-nO face a face.

2.    Por que é que o conhecimento de Deus é de suma importância?

O conhecimento de Deus é de suma importância, porque, sem ele, não há verdadeiro contentamento, nem vida honesta.

1) Quem não conhece a Deus é como um pobre cego. Este nada enxerga; aquele ignora o destino de sua vida e desconhece o caminho que para lá conduz; este tropeça e cai à toa; aquele, sobrevindo-lhe alguma infelicidade, facilmente desespera. O cego não tem verdadeira alegria de viver; ao outro falta a verdadeira paz na vida. 2) José II, Imperador, muitas vezes misturava-se disfarçado, entre o povo. Aconteceu-lhe, algumas vezes, ser injuriado por seus funcionários. Naturalmente não o conheceram. Deus está neste caso. Suporta pragas, mentiras, homicídios, roubos e coisas parecidas da parte dos homens, porque estes não o conhecem. A este propósito diz Santo Agostinho: “Infeliz do homem que tudo conhece e não vos conhece a vós, ó Deus!”.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

1 – O catecismo.

 1.    O que é o catecismo?

O catecismo é um livro que, com precisão e clareza, nos informa sobre o que devemos saber e fazer para entrarmos no céu.

O catecismo é como um indicador de estrada; aponta o rumo do céu. É como uma jóia; pequenino, mas precioso. Um pregador de renome gostava de levar o catecismo consigo ao púlpito, e de lá assim falava ao povo: “Vede este livrinho: minúsculo, mas de ouro! Ele encerra todos os tesouros da sabedoria!”


2.    A que pergunta capital responde o catecismo?

O catecismo responde a seguinte pergunta capital: Por que estamos na terra?

2 – O destino do homem

3.    Para que estamos na terra?

Estamos na terra para glorificar a Deus e conseguir, com isto, a eterna bem aventurança.

O universo inteiro, e portanto também o homem, foi criado por Deus sobretudo para a sua própria glorificação. O universo é destinado a manifestar a onipotência, a sabedoria, a bondade, a beleza, numa palafra: a majestade de Deus. Tudo quanto vejo parece-me clamar: Ó Deus, como sois grande, como sois belo! Ora, sendo o homem uma criatura dotada de inteligência e livre arbítrio, cabe-lhe glorificar a Deus livremente; é o que ele faz procurando conhecê-lo, amando-o e honrando-o. (Vejam quais as 3 partes do catecismo). Assim é que o homem conquista a bem aventurança eterna. Assemelha-se, pois, o homem a um criado que, com servir o padrão, ganha o seu ordenado.

4.    Com que palavras nos lembra Jesus Cristo o nosso destino?

Jesus Cristo lembra-nos o nosso destino quando nos diz: “Uma só coisa é necessária”. E “procurai primeiro o reino de Deus e sua justiça, que tudo mais vos será dado em acréscimo”.

A própria estrutura do corpo humano lembra o homem que ele é destinado ao céu; porquanto, ao invés dos irracionais, ele tem o andar ereto e os olhos voltados para o alto. Igualmente as torres das igrejas e todo o estilo das igrejas góticas chamam a atenção do homem para o alto. Sendo, pois, o homem destinado para o céu, ele é na terra mero peregrino e sua vida terrena uma peregrinação. Entretanto, quantos esquecem o seu destino e só cogitam dos prazeres e dos bens da terra! Estes são aqueles convidados que fala o Evangelho, os quais uns por causa da fazenda, outros por causa duma junta de bois, outros por causa das mulheres, deixaram de comparecer ao banquete.

5.    Como adquirimos a eterna bem aventurança?

Adquirimos a eterna bem aventurança pela religião; quer dizer: procurando conhecer a Deus, observando-lhe os mandamentos e fazendo uso dos meios da graça.

A religião consiste, portanto, no conhecimento de Deus, na vida agradável a Deus e no culto divino. A palavra “Religião” deriva-se do latim: religare = ligar; significa, portanto, ligação. De fato a religião prende-nos a Deus. Ela é como uma luz, como uma alavanca, como uma âncora, como um alimento. Por quê? Luz, ela nos clareia o caminho ao céu; alavanca, torna poderosa os mais fracos e capacita-os para as maiores façanhas (Davi contra Golias); âncora, preserva-nos do naufrágio das adversidades da vida, assim como a âncora segura o navio na ventania; alimento, sossega e satisfaz os anseios da alma como o alimento à fome. Santo Agostinho diz de forma bela: “Nosso coração anda inquieto enquanto não repousa em vós, ó Deus!” O homem sem religião se parece com um faminto. – A religião também traz vantagens para o Estado. Dizia o imperador Napoleão I: “Sem religião não se pode governar um povo”. – Erram, pois, os que taxam a religião de coisa secundária ou de negócio particular.

Divisão do catecismo

6.    Do que se trata o catecismo?

O catecismo trata:

1.    Do conhecimento de Deus e da fé.
2.    Dos mandamentos.
3.    Dos meios da graça.

1) Só se chega a um conhecimento nítido de Deus pela fé, que, qual uma luz, nos esclarece a inteligência. A fé é astro luzente; dá-nos a conhecer o Deus vivo. Chama-se, por isto, dogmática ou a doutrina da fé a primeira parte do catecismo. 2) A segunda parte chama-se moral. 3) A terceira parte chama-se: doutrina dos meios de graça, ou doutrina da graça. – O catecismo é comparável a um edifício; suas três partes, aos muros.

Os fundamentos da Dogmática, Moral e Graça.

1 - O fundamento da Dogmática.

O sinal da santa cruz

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

O símbolo dos Apóstolos.

1. Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra;
2. e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
3. que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria;
4. padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;
5. desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia;
6. subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso,
7. de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
8. Creio no Espírito Santo,
9. na Santa Igreja católica, na comunhão dos Santos,
10. na remissão dos pecados,
11. na ressurreição da carne,
12. na vida eterna. Amém.

II – O fundamento da Moral

Os dois mandamentos da caridade.

1.    Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com todas as tuas forças.
2.    Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Os dez mandamentos da lei de Deus.

1.    Amar a Deus sobre todas as coisas.
2.    Não tomar seu santo nome em vão.
3.    Guardar os domingos e festas.
4.    Honrar pai e mãe.
5.    Não matar.
6.    Não pecar contra a castidade.
7.    Não furtar.
8.    Não levantar falso testemunho.
9.    Não desejar a mulher do próximo.
10.    Não cobiçar as coisas alheias.

Os cinco mandamentos da Igreja.

1.    Ouvir a missa inteira aos domingos e festas de guarda.
2.    Confessar-se ao menos uma vez cada ano.
3.    Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição.
4.    Jejuar e abster-se de carne quando manda a Santa Madre Igreja.
5.    Pagar dízimos segundo o costume.

As obras de misericórdia.

1) Dar de comer a quem tem fome; 2) dar de beber a quem tem sede; 3) vestir os nus; 4) dar pousada aos peregrinos; 5) visitar os enfermos; 6) remir os cativos; 7) enterrar os mortos.



 III – Os fundamentos da Doutrina da Graça.

Os 7 sacramentos.

1. Batismo; 2. Confirmação ou crisma; 3. Eucaristia; 4. Penitência ou confissão; 5) Extrema unção; 6. Ordem; 7. Matrimônio.

Oração dominical.

Pai nosso, que estás no céu!
Santificado seja o teu nome.
Venha a nós o teu reino.
Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos daí hoje.
E perdoai as nossas dividas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amem.

Saudação angélica.

Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, mãe de Deus, roçai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte.
Amem.

(outras formas de oração encontram-se no fim do catecismo)

Introdução ao Catecismo

Um dos catecismos católicos mais populares do mundo é seguramente o Catecismo Popular do exímio Prof. P. Francisco Spirago, não só o grande em 3 volumes, como também este pequeno, cuja tradução vernácula ora apresentamos ao público.

Editado pela primeira vez em 1902, conquistou rapidamente o mundo. Foi traduzido em mais de 30 línguas, obtendo numerosíssimas reedições e recomendações.

Nos países de língua germânica foi o catecismo pequeno de Spirago calorosamente aceito e recomendado pelos senhores Bispos, como Catecismo Escolar e Familiar, não só à comunidade e aos adultos em geral, mas sobre tudo às escolas elementares e secundárias, aos grupos, ginásios e escolas normais, notadamente aos catequistas e professores.

De perfeito acordo com o original apresenta esta edição, além das palavras salientadas pelo grifo ou negrito, 3 diferentes corpos de formatação. O maior forma como que o esqueleto; o médio, os músculos; e o pequeno, o sangue. Poder-se-ia omitir a parte impressa em formatação pequena sem que o catecismo deixasse de conter todas as verdades da religião católica; entretanto, parecer-se-ia ele com um organismo muito anêmico.

Original, diferente dos demais catecismos, este não se dirige apenas à inteligência, porém notavelmente ao coração. Como um homem excessivamente anêmico é incapaz de trabalhar, assim também seria incompleto este catecismo sem a parte impressa em formatação menor. Seria incapaz de produzir o efeito indispensável, de mover os corações e de ascender o amor a Deus e à religião.

A parte composta em formatação maior é propriamente destinada a alunos menos adiantados; a de formatação média, a mais adiantados; a menor apresenta explicações mais pormenorizadas aos estudantes.

Os catequistas, contudo, que tiverem de doutrinar crianças, não poderão deixar de recorrer à terceira parte afim de ilustrar e acalorar a catequese, escolhendo os elementos que no momento mais lhes convierem.

MODO DE EXPOR O CATECISMO

Desde que a religião não é uma ciência abstrata e teórica, mas sumamente prática, devendo empolgar e transformar o homem inteiro, com todas as suas potências, é preciso que a exposição da doutrina corresponda às exigências das principais faculdades, como são a inteligência, vontade e o coração.

Ora, essas três faculdades, em todas as suas operações, necessitam indispensavelmente da imaginativa: o intelecto para refletir vivamente, a vontade para despertar maiores energias, o coração para se emocionar. Só uma exposição que fartamente se aproveite dos recursos da imaginação para explicar e ilustrar o ensino, poderá satisfazer as exigências dessas faculdades e excitá-las a atividade mais intensa.

Por meio da imaginação o catequista estimula os alunos ao trabalho próprio, de colaboração ativa, excitando ocupando e extasiando as três faculdades coligadas, de modo que, pela força do espírito, previna toda divagação e fastio, fascinando-as e prendendo-as risonhamente ao assunto.

Não tenho à sua disposição os quadros exigidos p. ex. pelo método moderno de “Quinet” para a catequese de crianças menores, deve o catequista produzir espiritualmente, pela imaginação, os quadros necessários, pintando-os e colorindo-os devidamente, aproveitando-se para isso de todos os recursos pessoais, assim como dos meios catequéticos que tiver a disposição, especialmente pelos presentes catecismo.




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Sob este ponto de vista, o catecismo de Spirago, o pequeno como o grande, é uma mina riquíssima, conforme salientam os bispos alemães. Proporciona os textos da S. Escritura, lembra exemplos bíblicos, dá resumidamente a doutrina dos S. Padres da Igreja, aponta fatos ilustrativos e edificantes da vida dos Santos, oferece analogias, máximas e exemplos profanos, e traz citações de homens ilustres.

É muito para notar que até o catecismo pequeno de Spirago oferece este riquíssimo material. Justamente por ser um resumo admiravelmente bem feito, realiza a imensa vantagem de apresentar a sua riqueza por quadros sinóticos intuitivos que se sucedem em cada página e permitem ao catequista apanhar de um só golpe de vista o contexto geral, juntamente com os pontos particulares a expor, dispensando leitura contínua e cansativa.

Sobretudo convém destacar as duas grandes prerrogativas que granjearam ao catecismo de Spirago tanta popularidade: a encantadora simplicidade de estilo, evitando palavras rebuscadas e difíceis, e esse calor de expressão que traz a marca divina do Espírito Santo e que convence e vai ao coração. Foram elas que lhe conquistaram a popularidade mundial!

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Eis aí, pois, o catecismo precioso que até hoje falava ao nosso povo, embora não lhe faltasse de todo! Contribuiu até largamente para a conservação da religião entre nós. Prova de sua popularidade entre nós é que muitíssimos sacerdotes possuem a edição grande, servindo-se dela até hoje de preferência na doutrinação do país. Bom sinal esse, para a edição reduzida, e ótima recomendação ao nosso povo!

Deveras, esta pequena edição corresponde melhor às condições precárias e a necessidade imediata do nosso povo. Com tudo o que o distingue, pelo fundo e pela forma, como pelo feitio material e tipográfico, recomenda-se a ponto de ser de esperar que se tornará também entre nós o catecismo verdadeiramente popular e familiar.

Mas antes de tudo seja este catecismo o manual de religião predileta dos nossos catequistas, professores e pioneiros da Ação Católica! Sabendo, porém ,que sem a inspiração do Divino Espírito Santo quase nada poderão conseguir, será mister se conservarem debaixo de sua ação, e juntarem ao ensino a oração própria e a dos educandos!

Assim fazendo, este catecismo de Spirago, lhes tornará nas mãos uma mina de ouro para a mocidade – e eles próprios hão de ser fatores importantíssimos na reconstrução de um Brasil novo!

Tomai! Lêde! Fazei ler!

P. Lacroix

Apresentação

Após me tornar católico, passei a conhecer, além dos que já conhecia, uma grande quantidade de católicos empenhados em preservar sua fé. Alguns deles me indicaram um mosteiro onde monges piedosos estão a construir uma igreja, e onde também se reza a Missa Tridentina. Lá conheci católicos incríveis. Também conheci o pe. Jahir. Para a preparação do meu batismo, ele me passou para ler o Catecismo Escolar e Popular do prof. P. Spirago, do qual li. Ao devolver, ele mandou eu reler (rsrs). Como normalmente reler um livro se torna monótono para mim (por mais interessante que seja, como é o caso desse catecismo), resolvi digitá-lo aos poucos. Não só para memorizar melhor os ensinos, mas para compartilhar com mais pessoas esse catecismo.

Como ele é bem antigo (a primeira edição é de 1902), as palavras do português não são as mesmas dos tempos atuais. Dessa forma, trocarei as palavras antigas por sinônimos atuais (em alguns casos aparenta mais algo como uma tradução!).

Espero que gostem, assim como eu, do ensino desse catecismo. Ele ensina o que a Igreja crê desde os séculos.

É claro que um catecismo não pode e nem vai substituir a Bíblia em ensino e valor. No entanto, ele serve como um professor, ou, no caso dos catequistas, um auxiliar. Isso ajuda a manter um ensino único, diferente das várias interpretações da Bíblia. Ora, a verdade é uma só, e não várias porções contraditórias.

Espero que além de ler o que digitar (que por conta de algumas tarefas cotidianas talvez tenha momentos em que demore de colocar uma nova parte), você também possa divulgar aos amigos, ou em sua página na internet.

Este layout é temporário. Pretendo modificá-lo enquanto digito e tenho mais idéias.

Em Cristo.